10/11/2017

Ato público de absolvição de agricultores ocorreu em Irati



Na última sexta feira (06), ocorreu nas dependências da Câmara Municipal de Irati-PR, um ato público de absolvição dos agricultores familiares agroecologistas acusados de envolvimento com desvios de recursos do PAA - Programa de Aquisição de Alimentos, durante a Operação Agro Fantasma, deflagrada entre 2009 e 2013, cujas prisões foram decretadas pelo juiz federal Sérgio Moro.

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        O evento contou com a presença de dezenas de pessoas da sociedade civil, incluindo agricultores (as), lideranças, sindicalistas, deputados estaduais e federais, secretários municipais e vereadores, que tiveram a oportunidade de ouvir a versão dos agricultores sobre os prejuízos trazidos pelas prisões como a insegurança financeira das famílias, o constrangimento frente à sociedade e a pirotecnia feita pela grande e pequena imprensa na época.






         Durante os depoimentos dos agricultores com suas famílias houveram momentos de grande emoção, cujas pessoas ficaram em prantos, visto que todos são oriundos de famílias humildes, que fazem a agroecologia as suas filosofias de vida, levando mais alimentos saudáveis nas mesas dos brasileiros e contribuindo com a conservação ambiental, através da não utilização de agrotóxicos e fertilizantes químicos altamente impactantes.

          Luiz Everaldo Zak, prefeito de Rebouças-PR, um dos municípios com investigações da Operação Agro Fantasma falou em defesa dos agricultores. Também compareceram e foram solidários aos agricultores, os deputados estaduais Péricles de Mello (PT) e Professor Lemos (PT) e o deputados federais Assis do Couto (PDT).




“Entenda” a Operação Agro Fantasma

          De acordo com as informações da organização não governamental Terra de Direitos, os agricultores familiares na época foram acusados de crimes como falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. A Agro-Fantasma indiciou funcionários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por peculato e prevaricação. A alegação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal era de que estariam ocorrendo ilegalidades no momento da entrega dos alimentos às entidades da rede socioassistencial conveniadas ao PAA, como hospitais, restaurantes populares, bancos de alimentos, creches e cozinhas comunitárias.

          Segundo as regras, para entrar no Programa toda associação ou cooperativa deveria desenvolver um plano detalhado sobre tipos de alimentos, quantidades e recebimentos dos produtos, formato que desconsidera a sistema de diversidade alimentar da agroecologia.
         Esse modelo duro e burocrático foi um obstáculo para diversas famílias agricultoras e as diferenças apontadas entre o plano apresentado e a real entrega dos produtos deve-se a questões ligadas à terra, como safra e mudanças climáticas.

         Uma das pessoas criminalizadas em Irati, o agricultor agroecológico Gelson Luiz de Paula, acredita que a ação foi pensada para prejudicar os produtores rurais. “O objetivo dessa operação foi criminalizar cooperativas e associações de agricultores familiares e os próprios agricultores, executores do Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA”, afirma. Em sua defesa, o agricultor declara “Nos absolveram de todas as acusações que fizeram contra nós”.

       “Leva tempo e dá muito trabalho para os movimentos sociais desfazerem os danos que uma ação de criminalização como essa causa na luta política, no direito de quem planta e colhe o que a cidade janta", defende o assessor jurídico da Terra de Direitos, Fernando Prioste. Segundo ele, "criminalizar é a tentativa de fazer quem luta contra injustiças ser visto como criminoso, e que suas pautas políticas, como a luta por um modelo agroecológico de agricultura, sejam vistas como luta de bandidos”, completa.

Parabéns a todos os agricultores familiares agroecologistas pelo excelente trabalho em prol da alimentação saudáveis e da conservação ambiental.


Fotos: Luis Carlos Squiba (Jornal O Combate)
Texto de apoio: Terra de Direitos


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