Roberto Parizotti
Nos últimos dias, vários órgãos de imprensa vêm publicando matérias sobre supostas negociações de "centrais sindicais" com o governo Temer para manter o imposto sindical em troca da aprovação da reforma Trabalhista, na realidade um desmonte dos direitos assegurados na CLT.
O termo 'centrais sindicais', sempre assim, no plural, induz o leitor a erro. Existem nove centrais sindicais no Brasil, a maior e mais combativa, com mais de 25 milhões de trabalhadores na base é a CUT. E a CUT não está negociando nem nunca negociou retirada de direitos dos trabalhadores.
Nesta quinta-feira, 6, a Folha de São Paulo publicou matéria intitulada "Temer quer compensar sindicatos pelo fim de contribuição obrigatória", onde, novamente, deixa no ar uma ambiguidade quanto à participação de centrais numa pretensa negociação com o primeiro presidente do Brasil denunciado oficialmente por corrupção. A negociação envolveria até votos contrários à aceitação de denúncia contra Temer feita pelo procurador Geral da República, Rodrigo Janot, na Câmara dos Deputados.
Quem se dá ao trabalho de ler a matéria inteira percebe que não são as nove 'centrais sindicais' que estão negociando. No 4º parágrafo, o leitor é informado que uma central está negociando: "A principal proposta, discutida nesta quarta (5) por Temer com a Força Sindical, com o apoio de outras centrais, é regulamentar a contribuição assistencial, que representaria até 70% do orçamento de alguns sindicatos".
A CUT reafirma que exige a derrubada do Projeto de Lei da Câmara (PLC nº 38) que trata da reforma Trabalhista no Senado Federal e apoia o relatório adotado pela Comissão de Assuntos Sociais da Casa, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS).
São Paulo, 6 de julho de 2017
Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT
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