10/20/2018

Expedição analisa qualidade da água do Iguaçu e mobiliza sociedade em defesa do rio

Via SOS Mata Atlântica - boletim recebido por e-mail.



Durante dez dias, equipe da SOS Mata Atlântica percorreu 1.100 km do rio – de sua formação à foz -, para analisar a qualidade da água 
A Fundação SOS Mata Atlântica realizou, nos últimos dez dias, uma expedição técnica que percorreu o rio Iguaçu – desde sua formação, no encontro dos rios Iraí e Atuba, em Curitiba, até a  foz no rio Paraná, na tríplice fronteira em Foz do Iguaçu. Neste período, que finaliza nesta sexta (19), em evento no Parque Nacional do Iguaçu, a ONG analisou a qualidade da água de um dos corpos hídricos mais importantes do Brasil, especialmente porque o rio Iguaçu possui trecho protegido pelo Parque Nacional do Iguaçu – Patrimônio Natural Mundial. Somado à coleta e análise da água nos 19 pontos, a equipe da expedição conversou com moradores, especialistas e lideranças que convivem com o rio e seus afluentes e que promoveram, em anos anteriores, expedições ao longo da bacia hidrográfica.
A expedição é realizada pela equipe do projeto Observando os Rios, patrocinado pela Ypê, que conta com mais de 3.500 voluntários que analisam, mensalmente, a qualidade da água de rios nas bacias do bioma Mata Atlântica, que abrange 17 estados do país.
"O Iguaçu é um emblemático rio brasileiro que, a exemplo de tantos outros, sofre com seus usos por vezes conflitantes. Falta de saneamento, diluição de esgoto, desmatamento que leva ao assoreamento, recepção de agrotóxico, barramentos para geração de energia e exploração de minérios contrastam com as necessidades cada vez maiores de acesso à água de boa qualidade, para abastecimento humano, dessedentação de animais, produção de alimentos, esporte, lazer, turismo e contato seguro. Identificar estes cenários, a condição atual do rio,  seus atores e histórias e que rio as comunidades e a sociedade querem para o futuro é a intenção desta expedição", afirma Malu Ribeiro, especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica.
A ausência de uma norma internacional de qualidade da água para os países do Cone Sul, a exemplo de normas adotadas pela Comunidade Europeia, permite ameaças e retrocessos legais, como a pretensa intenção de órgãos gestores do Estado do Paraná de rebaixar o enquadramento do Rio Iguaçu de classe 2 para classe 4. Esse rebaixamento do rio para a classe 4 praticamente condena o Iguaçu à morte, pois permite que suas águas sejam utilizadas para diluição de poluentes, sem limites. Essa liberação faz com que rios percam qualidade, ficando cada vez mais poluídos e indisponíveis para usos da sociedade e atividades econômicas.
Durante o evento desta sexta-feira (19), em Foz do Iguaçu, a SOS Mata Atlântica reunirá parceiros locais, especialistas e gestores de Áreas Naturais Protegidas da bacia do Iguaçu, para mobilizar a sociedade e autoridades para a urgente necessidade do Brasil, assumir compromisso e metas efetivas de melhoria da qualidade da água de rios, córregos e mananciais das bacias brasileiras e transfronteiriças, como o rio Iguaçu. Além disso, a SOS Mata Atlântica quer chamar a atenção para as enormes ameaças e agressões que o rio tem sofrido no trecho brasileiro, desde sua formação na região metropolitana de Curitiba, até a foz.

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