12/08/2017

Mais de metade da produção de celulose e papel da América do Sul avaliada pelo WWF

Por WWF-Brasil

Gland, Suíça – O WWF apresenta hoje os resultados da quinta edição do "Environmental Paper Company Index 2017 (EPCI)", ferramenta que promove a transparência e a melhoria contínua do setor de celulose, papel e embalagens mundialmente. No EPCI de 2017, participantes da Ásia, África, Europa, América do Norte e América do Sul divulgam o desempenho ambiental de 26% do papel sanitário (higiene, uso pessoal e profissional) , 23% do papel gráfico, 17% do papel de imprensa, 9% do papel para embalagens e 15% da produção de celulose. 

Este ano, a América do Sul assumiu um papel de liderança, divulgando o desempenho ambiental de mais de 50% do volume total de celulose e papel produzido na região. Ao todo, 93 empresas de todo o mundo participaram, sendo seis na América do Sul e três brasileiras.

 "A disponibilidade das empresas em participar do Índice, muitas pela terceira vez, é um sinal importante de que a transparência é cada vez mais valorizada globalmente e que o EPCI é recebido positivamente como uma ferramenta voluntária que motiva essa transparência ", disse Alistair Monument, Líder da Prática de Florestas do WWF.

O EPCI rastreia o desempenho ambiental de uma empresa e suas mudanças ao longo do tempo em relação ao fornecimento responsável de fibra, produção limpa e relatórios sobre o Sistema de Gerenciamento Ambiental. O Índice é baseado na divulgação voluntária pelas empresas de mais de 50 indicadores que o WWF considera importantes para medir a pegada ecológica de uma empresa. A ONG publica os resultados compilados da empresa e mostra um cronograma histórico desde 2013. Os resultados podem ser encontrados no link: epci.panda.org.

"O EPCI é uma ferramenta valiosa para que as empresas possam refletir sobre suas operações", diz Trevor Walter, coordenador da Aliança de Papel e Celulose para América do Sul do WWF. "Dada a escala e a pegada ecológica da indústria nessa região, é encorajador ver o engajamento das empresas sul-americanas como nunca antes. Esperamos que isso promova maior transparência no setor", acrescenta.

Cerca de 33% da celulose vendida globalmente vem da América do Sul. Mais de metade das exportações de celulose e papel da região vão para a China e para a Europa, e a demanda, assim como a produção, só aumentam.

"O papel é um material renovável e reciclável, com uma pegada ambiental potencialmente menor em comparação com materiais substituíveis, se for manipulado e produzido de forma responsável. No entanto, o tamanho e os impactos do setor estão se expandindo ", diz Cecilia Alcoreza, Líder Mundial do WWF em Sustentabilidade de Papel e Embalagem. "É por isso que é crucial que as empresas demonstrem liderança na transparência e no compromisso com a melhoria contínua, reduzindo a pegada de floresta, clima e água do setor", ressalta Alcoreza.

Realidade brasileira

A produção florestal abastece mercados internos e externos no Brasil, sendo que o país é atualmente é o 2º maior produtor mundial de celulose e 8º na produção de papel.  Grande parte das plantações florestais que originam a produção de celulose e papel estão localizadas nas regiões de Cerrado e Mata Atlântica, áreas prioritárias do WWF-Brasil para a conservação.

Plantações florestais certificadas e manejadas de maneira adequada na paisagem reduzem a pressões sobre as florestas naturais e possibilitam, associadas a adequação ambiental das propriedades, a promoção de ações de restauração florestal, especialmente na Mata Atlântica, bioma com maior e mais antigo pacto de restauração do mundo. "Grande parte dos esforços em restauração florestal do setor privado vem do setor de papel & celulose, no qual já possui várias lições aprendidas sobre restauração florestal em larga escala", comenta Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil.

No Cerrado, bioma no qual grande parte das plantações florestais vem expandindo, plantações florestais certificadas e planejadas de maneira correta podem ampliar zonas de conectividade entre áreas de florestas naturais, minimizando os efeitos de borda e aumentando a conectividade entre fragmentos de florestas naturais.

Para o WWF-Brasil ferramentas de monitoramento se tornam aliadas ao novo contexto do código florestal onde nos permite compreender a cadeia completa e seus elos, uma vez que monitorando os plantios temos um acompanhamento na escala local e com o EPCI vemos a cadeia como um todo e podemos comparar as diferentes praticas locais, nacionais e internacionais, permitindo ao consumidor tomar decisões de compra com critérios mais transparentes e seguros.

Sobre o Índice Ambiental

O Índice Ambiental de Empresas de Papel (divulgado de dois em dois anos), em sua forma atual, começou em 2010 e desde então aumentou em escala e alcance global. Os resultados do Índice em 2013, 2015 e 2017 são comparáveis ​​e permitem avaliações de melhoria contínua ao longo do tempo. Devido às mudanças na metodologia, os resultados de 2010 e 2011 não são completamente comparáveis ​​com as avaliações subseqüentes. Os resultados das empresas não são qualificados.

O relatório Living Forests dos projetos WWF 1 de que a produção e o consumo de papel dobrariam nas próximas três décadas e, em geral, o consumo de madeira poderia ser triplicado.

Sobre o WWF

O WWF é uma das maiores e mais respeitadas organizações independentes de conservação, com mais de 5 milhões de membros e uma rede global ativa em mais de 100 países. Sua missão é deter a degradação ambiental do planeta e forjar um futuro em que os seres humanos vivam em harmonia com a natureza: conservar a diversidade biológica do mundo, garantir o uso sustentável de recursos naturais renováveis ​​e promover a redução de poluição e consumo excessivo.

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