As três agências das Nações Unidas com sede em Roma — Programa Mundial de Alimentos, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) — anunciaram nesta quinta-feira (30) uma nova aliança que permitirá unir esforços para apoiar os países latino-americanos e caribenhos na erradicação da fome, da má nutrição e da pobreza, impulsionar o desenvolvimento rural e avançar rumo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
As divisões e escritórios regionais das agências da ONU reforçarão a coordenação entre si por meio de iniciativas e projetos conjuntos que levem a um aumento do impacto de suas intervenções na região.
Esta nova aliança responde ao momento crítico enfrentado por América Latina e o Caribe. De acordo com o último relatório publicado pela FAO e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a fome aumentou na região pela primeira vez em mais de duas décadas.
A situação das áreas rurais da região é alarmante — a pobreza rural está 20 pontos percentuais acima da urbana, enquanto a pobreza extrema está 22 pontos percentuais acima de sua contraparte nas cidades.
Além disso, as comunidades rurais enfrentam os efeitos das mudanças climáticas, que se expressam, entre outras formas, na intensidade e frequência de desastres naturais como os furacões que afetaram o Caribe nesta temporada, com enormes custos sociais e econômicos.
"Estes são sinais de alerta máximo. Nos indicam que devemos fazer mais e que precisamos ter maiores impactos. Agora é o momento de somar todos os esforços e unir todos sob uma só bandeira", disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué, destacando que as missões das três agências se complementam de forma natural.
"A América Latina e o Caribe pode se tornar a primeira região a alcançar o objetivo de Fome Zero antes de 2030", disse Miguel Barreto, diretor regional do PMA. "O desafio é enorme, mas com o conhecimento e os recursos disponíveis em nossos países, podemos atingi-lo".
"O sucesso da luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades implica inevitavelmente em promover o desenvolvimento de pequenos produtores de nossa região, assim como dos indígenas e das mulheres rurais, tradicionalmente excluídos", explicou Joaquín Lozano, diretor da Divisão da América Latina e do Caribe do FIDA.
"O cumprimento da Agenda 2030 nos obriga a ser mais eficazes e eficientes do que nunca em nossos processos e intervenções. Nesse esforço, é crucial que continuemos trabalhando para obter uma maior vinculação, coordenação e sinergias nas estratégias e programas de nossas três agências na região", completou.
Unir esforços para uma maior eficiência
O novo acordo de trabalho permitirá que as três agências respondam de forma mais eficiente e eficaz às demandas de seus países-membros, unindo recursos e capacidades.
Ao somar seus esforços, FAO, FIDA e PMA poderão aproveitar múltiplas sinergias, complementando suas análises técnicas, a mobilização de recursos, o diálogo com o setor público e privado e a assistência técnica aos países.
O trabalho conjunto se centrará nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que competem às três agências.
Principais áreas de trabalho
A aliança buscará melhorar a eficácia do trabalho das três agências, dando uma resposta de melhor qualidade aos países e economizando recursos escassos que hoje são aplicados em gastos duplicados.
Inicialmente, o trabalho das três agências colocará uma forte ênfase em apoiar o Haiti, país que sofre a maior taxa regional de fome e de pobreza, assim como múltiplos desafios ambientais, para avançar rumo aos ODS.
As agências também apoiarão o valioso trabalho realizado na Colômbia, que colocou o desenvolvimento rural, a distribuição de terra e o desenvolvimento territorial e agrícola no centro do acordo de paz entre governo e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Um terceiro país prioritário para a ação conjunta de FAO, FIDA e PMA será a Guatemala, onde cerca de 46% dos menores de 5 anos ainda sofrem desnutrição crônica, o que resulta em uma série de problemas de desenvolvimento, incluindo o atraso no crescimento.
Em cada país se buscará alinhar os planos de trabalho para evitar duplicações, assim como impulsionar projetos compartilhados para economizar recursos e ter maiores impactos.
As três agências publicarão um relatório anual conjunto para prestar contas sobre conquistas concretas da aliança, que será enviado tanto às suas próprias autoridades como aos países da região, com o objetivo de fomentar a eficiência, a transparência e a busca de resultados no combate à fome e à pobreza.
Este comunicado também está em http://bit.ly/2ArHpqS
Fonte: ONU Brasil
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