NOTA DE REPÚDIO
Quero manifestar meu mais profundo repúdio à iniciativa das diretorias da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) e de outras vinte e sete instituições da Região dos Campos Gerais que declararam em forma de carta pública em jornal impresso ponta-grossense apoio ao general Antônio Mourão e à declaração deste de que "uma intervenção militar pode ser adotada se o Judiciário não resolver o problema político referente à corrupção".
A mesma ACIPG já foi destaque no cenário nacional de forma deletéria quando sua diretoria incorporou o discurso raivoso presente nas redes sociais e propôs, no ano de 2014, a suspensão do direito de voto a beneficiários do Programa Bolsa Família.
O Brasil ainda não se recuperou totalmente da tragédia da ditadura militar imposta ao país entre os anos de 1964 e 1984 e não há a mínima razoabilidade em se propor a volta a um passado de terror.
O desconhecimento histórico suscita por vezes o contrassenso de tentar sanar os problemas da corrupção no país propondo um regime que punia qualquer iniciativa de denúncia da vasta corrupção daquele período.
Além da corrupção, a ditadura militar significou arbítrio, controle do Poder Judiciário e ruptura do regime jurídico, cassação de direitos políticos de opositores, violação das liberdades individuais, autoritarismo, endividamento público galopante, salários achatados, concentração absurda de renda e da propriedade da terra, inflação desmedida, violações gravíssimas aos Direitos Humanos, fome, miséria e, como marca máxima da opressão, o cometimento de crimes de assassinato pelo Estado.
Deixo registrado, portanto, este voto de repúdio que também será proposto na próxima segunda-feira à Assembleia Legislativa do Paraná.
DEPUTADO ESTADUAL PÉRICLES DE HOLLEBEN MELLO
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