A Fundação SOS Mata Atlântica recebeu, no último sábado (1), alunos de pós-graduação e MBA (Restauração, Licenciamento e Adequação Ambiental) da Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba. O objetivo da atividade foi compreender melhor as relações custo-benefício de quatro modelos de restauração florestal, preparando os estudantes para os desafios reais da profissão.
Os alunos tiveram aula teórica aliada à prática no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin, em Itu, onde realizaram uma série de atividades e testaram diferentes adensamentos de mudas florestais nativas e semeadura direta – sistema de plantio, cultivo e colheita sem aração do solo.
Segundo Rafael Bitante, Gerente de Restauração Florestal da Fundação SOS Mata Atlântica, o Centro de Experimentos é um espaço que visa aproximar o tema da restauração florestal dos estudantes. "O local proporciona a possibilidade da aplicação teórica na prática, contribuindo para uma melhor formação dos profissionais que irão atuar na área da restauração florestal", afirmou.
De acordo com a professora da Universidade Federal de São Carlos, Profa. Dra. Fátima Pina Rodrigues, a aula no Centro de Experimentos foi uma excelente oportunidade para implementar todo o conteúdo aprendido em sala de aula. "É uma experiência extremamente importante para que os alunos tenham contato com a SOS Mata Atlântica, que é uma referência na área de restauração florestal. Além disso, o Centro de Experimentos proporciona uma rica infraestrutura", disse.
Vejam o depoimento da Crislaine de Almeida, aluna do curso:
"Pesquisas investigando o sucesso da restauração florestal e formas de aumentar sua efetividade são muito importantes, porque a restauração é uma atividade que envolve muitos custos, além do financeiro: existe também o custo ambiental do insucesso, pois processos ecológicos que deveriam ser restaurados podem, em muitos casos, não o ser. O trabalho mostrou que nem todas as espécies utilizadas para recobrimento do solo cumprem essa função, e que das espécies dispersas por animais, existe uma grande variabilidade na produção de frutos, e que ela varia com o tempo, podendo diminuir em alguns casos. Assim, contribuímos com resultados que apontam para a necessidade de pensar de uma forma cuidadosa na seleção das espécies a serem utilizadas na restauração, e em quais processos se espera restaurar. A parceria com a SOS Mata Atlântica foi fundamental, pois ela possui uma grande extensão de áreas em processo de restauração, de várias idades diferentes e com alta diversidade de espécies, possibilitando uma infinidade de estudos ecológicos, o que tornou esse trabalho possível. Além disso, o Centro de Experimentos Florestais possibilitou um contato maior com a realidade da prática de restauração, que acredito ter sido essencial para minha formação como pesquisadora."
Sobre o Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin
Criado em 2007, o centro conta com a participação de um amplo corpo de funcionários, como engenheiros florestais, biólogos, educadores e viveiristas. O viveiro tem capacidade de produzir 750 mil mudas de 110 espécies nativas da Mata Atlântica por ano, que são implantadas em projetos na região e dentro da própria fazenda. Os projetos de restauração já foram responsáveis pelo plantio de mais de 36 milhões de mudas de árvores nativas. O trabalho realizado no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin resultou em diversos benefícios, como: duas nascentes voltaram a verter água, somando-se às 17 já existentes, além do aumento de 140% no número de novas espécies de aves na antiga fazenda de café. Já o trabalho de sensibilização e educação ambiental envolve o público em geral nas questões ambientais, por meio de atividades de visitação.
Via SOS Mata Atlântica
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