O efeito catastrófico da COVID-19 sobre as horas de trabalho e a renda no mundo se repete na América Latina e no Caribe, onde a pandemia provoca a perda de 5,7% das horas de trabalho no segundo trimestre deste ano, o equivalente a 14 milhões de trabalhadores em tempo integral.
Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na América Latina e no Caribe, a taxa de informalidade é de 53%, o que afeta mais de 140 milhões de homens e mulheres no trabalho.
O efeito catastrófico da COVID-19 sobre as horas de trabalho e a renda no mundo se repete na América Latina e no Caribe, onde a pandemia provoca a perda de 5,7% das horas de trabalho no segundo trimestre deste ano, o equivalente a 14 milhões de trabalhadores em tempo integral.
Divulgada na terça-feira (7) em Genebra, com uma série de dados compilados, a segunda edição do "Monitor OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho" apresenta informações regionais e setoriais que possibilitam começar a medir a extensão do grande desafio representado pela pandemia para o mundo do trabalho.
"Estamos enfrentando uma destruição maciça de empregos e isso representa um desafio de magnitude sem precedentes para os mercados de trabalho da América Latina e do Caribe", disse o diretor regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Vinícius Pinheiro.
"A partir de agora sabemos que, ao mesmo tempo em que enfrentamos a emergência de saúde, teremos que enfrentar uma verdadeira reconstrução de nossos mercados de trabalho."
Em todo o mundo, a perda de horas de trabalho chegou a 6,7%, o equivalente a 195 milhões de trabalhadores em período integral no segundo trimestre de 2020. O documento da OIT classifica a pandemia como a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, e que, ao final, poderia deixar um rastro de desemprego e precariedade no trabalho.
O relatório também estima enormes perdas nos diferentes grupos de renda, destacando que entre os setores mais expostos ao risco estão serviços de hospedagem e alimentação, manufatura, varejo e atividades comerciais e administrativas.
Na América Latina e no Caribe, mais de 50% de todos os trabalhadores estão empregados, precisamente, nos setores mais expostos à crise, como comércio e serviços, de acordo com dados do último relatório do Panorama Laboral para a região, apresentado em janeiro, pouco antes do começo do contágio global do COVID-19.
Pinheiro ressaltou que existe uma preocupação particular com o emprego de mulheres, que poderiam ser as mais afetadas por estarem super-representadas nos setores de saúde, turismo e serviços. Ele também explicou que os impactos da crise sobre o setor de turismo serão maiores na região do Caribe, que é altamente dependente dos empregos e da renda gerados por essa atividade.
O novo relatório da OIT alerta que, nesses setores, muitas pessoas trabalham em empregos mal remunerados e de baixa qualificação, para as quais uma perda imprevista de renda acarreta consequências devastadoras.
O estudo destaca ainda que os países com altos níveis de informalidade enfrentam desafios adicionais, tanto na área de saúde quanto na economia, incluindo a falta de cobertura da seguridade social. Segundo estimativas da OIT, na América Latina e no Caribe, a taxa de informalidade é de 53%, o que afeta mais de 140 milhões de homens e mulheres no trabalho.
O diretor da OIT para a América Latina e o Caribe enfatizou que "os países da região precisarão de medidas ambiciosas para preservar empregos, promover negócios e proteger a renda para sair da terapia intensiva". Ele também ressaltou a necessidade de usar o diálogo social para enfrentar esta crise.
Pinheiro disse que "para alcançar melhores resultados e dar sustentabilidade política às medidas, é necessário criar estratégias que tenham respaldo e sejam produto de consenso e é crucial encontrar formas de estabelecer um diálogo social do qual participem representantes do governo, organizações de empregadores e de trabalhadores".
O escritório regional da OIT para a América Latina e o Caribe informa que, a partir de 14 de abril, realizará uma série de mesas de diálogo virtual para abordar temas específicos da crise desencadeada pelo COVID-19 e para colaborar na busca de soluções concertadas adaptadas à realidade de cada país da região.
Via ONU Brasil
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